quinta-feira, 23 de julho de 2009

Algo se Passa com a Eficácia

Rima pobre, a do título. Mas, com efeito, a geração (no sentido de gerar) de eficácia, por entusiasmada aplicação de métodos contra-natura, provoca, ou pode fazê-lo, um desequilibrio. Disse Maxwell, outro guru que agora passarei a incluir na lista dos mestres, ser o sucesso um estado de desequilibrio. Certo é que o fracasso denuncia falta de equilibrio: não menos certo é jorrar o feliz regato do sucesso da mesma fonte. Equilibrio é isso mesmo: estabilização, não-retrocesso mas não-progressão, aborrecimento, orientalismo, estagnação.

O GTD gera stress. É verdade. A arte do "stress-free-productivity" gera stress! O alívio, a euforia, a sensação de domínio do meio, o "space-brain", que o GTD nos dá é, com efeito, uma droga. Uma droga que nos eleva o espírito mas que, em troca, exige a nossa submissão, o não voltar atrás, o pacto com o Diabo. O GTD desequilibra, eleva o padrão, o nível de exigência e, o que é pior, vicia. Somos tão bons (à custa de tanta "revisão semanal", de tanto controlo de projectos, de tanta energia, de tanto dar) que nos sentimos uns desgraçados e fracassados quando somos apenas... o que somos. A eficácia, meus amigos, é uma doença. Mas... sabe tão bem...

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