sábado, 18 de julho de 2009

Uma Questão de Cor

Goethe disse que a teoria era cinzenta e que a dourada árvore da vida era verde. Esta frase, mal citada, resume a grande parte dos problemas que a rapaziada desorganizada atravessa quando tenta implementar um sistema de gestão do seu tempo, quer seja ele o GTD do Allen, os 7 hábitos do Covey, ou outro qualquer.

Com efeito, os homens de espírito, afadigados na espuma do seu imenso trabalho, são habitualmente vítimas de um claustrofóbico medo: medo de arregimentação, medo de encarneiramento, medo de fazer parte de uma máquina, de um sistema. No fundo, medo de fazer parte da "teoria".

É legítimo pensar que o homem que dobra o pijama se encaixe com alegria numa qualquer escala de cinzentos. Cinzentos que serão, para ele, as mais luxuriantes variações de verdes selváticos. Mas para os outros, os que buscam os GTD's e quejandas formas onde se encaixar, a simples escala cromática do papel, com o seu branco e o seu negro, os assusta e gera o estranho paradoxo de serem os mais avessos ao "sistema" que mais afadigadamente o busquem.

7 comentários:

  1. Durmo sem pijama.
    Não tenho salvação...

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  2. Não sei se dormirei melhor sabendo que dormes sem pijama...

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  3. Se calhar posso ser o teu "some day-maybe-project"!? (como disse a GTD-coach Meg)
    Não quero criar problemas... :))

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  4. Oh-oh, wrong, wrong (ainda estou a aprender): "someday-maybe-MEMO, of course ("no action required now, but may want to reconsider in the future")

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  5. Tu gostas disto!! Confessa rapaz! Não é nenhuma vergonha! GTD é bom, meu caro: há que saber pô-lo no devido lugar, eis tudo!

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  6. Acho que já estou a praticar a minha versão do GTD há vinte e tal anos, mais precisamente o tempo que vivo em Portugal como "profissional intermitente".
    Só que neste país existe um suplemento que faz falta e até causa inveja aos americanos: o desenrascanço!
    Há uns meses o site americano "Cracked" elegeu dez palavras estrangeiras fixes que fazem falta na língua inglesa e "desenrascanço" foi escolhida como a palavra que mais falta faz!
    Parece que a coisa mais parecida que os americanos conhecem como ilustração deste conceito era a personagem de televisão MacGyver, um agente secreto que não usava armas e resolvia os problemas com engenhocas improvisadas.
    O site propõe uns exemplos de "desenrascanço", como: "Quando se usa um cabide para apanhar as chaves do carro que cairam na retrete" ou "Um bigode arranjado de emergência com pêlos púbicos". O último exemplo já não me soa tão português, mas uma variante do primeiro aconteceu-me na companhia do inesquecível Peão Número 1 Walter.
    Mais um post para "O Gato do Alekhine"!

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  7. Dar um jeito... safar a coisa: nem só de desenrascanço vive o português!

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